Descaso: Palmeiras e Flamengo desconhecem sede da disputa da Supercopa do Brasil

    Foto: César Greco 


Palmeiras e Flamengo dominam esportivamente o futebol brasileiro e sul-americano. Desde 2019, as duas equipes conquistaram todas as edições da Copa Libertadores da América, três Campeonatos Brasileiros (19, 20 e 22) e duas Copas do Brasil (20 e 22).

A rivalidade entre ambos teve início ainda em 2016 com a provocação do “cheirinho” feita pelos jogadores do Palmeiras após a conquista do título Brasileiro e se aflorou ainda mais após o time paulista vencer a Libertadores em 2021 em jogo realizado em Montevidéu. O Flamengo também já conquistou a Supercopa do Brasil em 2021, numa disputa com a equipe paulista.

O confronto Palmeiras e Flamengo tomou uma dimensão nacional, mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não parece ter a mesma opinião. As duas equipes tem agendado para dia 28 de janeiro uma nova disputa pela Supercopa do Brasil, que reúne os campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil.

Há exato um mês da competição, a “gestora” do futebol brasileiro ainda não definiu a sede da disputa. Durante a Copa do Mundo, o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues afirmou que havia recebido propostas para levar o jogo para fora do país (Estados Unidos e Arábia Saudita), e ainda admitiu a possibilidade do confronto ocorrer no Marrocos, local do Mundial de Clubes da Fifa.

A ideia de realizar um confronto entre os campeões nacionais é valida e os clubes poderiam aproveitar melhor com ações de marketing. A escolha da sede com antecedência ajudaria e muito no planejamento, venda de ingressos e viagem das torcidas.

A CBF paga para o vencedor da Supercopa do Brasil R$ 5 milhões e para o vice R$ 2 milhões, mas um confronto desse tamanho não pode se resumir apenas em premiação.

A data escolhida para o jogo também não é ideal. O Flamengo vai disputar o Mundial de Clubes no Marrocos e deve jogar a semifinal da competição entre os dias 7 e 8 de fevereiro. Não me surpreenderia se a equipe carioca poupasse seus titulares na Supercopa buscando uma melhor preparação para ir em busca do tão sonhado título internacional.

Para adotar ideias europeias como a Supercopa, precisa-se de organização. O descaso com a disputa só reforça o discurso de que a CBF deveria cuidar apenas das seleções brasileiras e os clubes assumirem o seu protagonismo e de fato criar uma Liga.

Esse sonho ainda parece distante com o racha entre dois blocos de clubes brasileiros buscando apenas dinheiro e não melhoria da disputa esportiva. Infelizmente está se perdendo mais uma oportunidade de fomentar o futebol brasileiro.


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