Vexame do Flamengo escancara distância do futebol sul-americano para o europeu

 


Mais de 9,5 mil quilômetros são necessários para se deslocar da América do Sul para a Europa. Essa distância também pode ser ilustrada para mostrar o tamanho da diferença entre clubes sul-americanos e europeus. O Flamengo é o sexto clube do nosso continente a ser eliminado nas semifinais do Mundial de Clubes.

A derrota para o Al-Ahly tem sim que ser tratada como vexame. O Flamengo possui o maior investimento da América do Sul e o mínimo que se exige é que chegue numa eventual disputa de título mundial contra uma equipe europeia.

Essa foi a sexta vez que um time sul-americano cai nas semifinais do Mundial de Clubes. O vexame já havia sido repetido por Internacional (2010), Atlético Mineiro (2013), Palmeiras (2020), Atlético Nacional (2016) e River Plate (2018).

A grande verdade é que a diferença do futebol sul-americano para o europeu só aumenta. Com a expansão da possibilidade de contratação jogadores estrangeiros, os times do Velho Continente se tornaram multinacionais do futebol e os nossos clubes “pés de obra”, que fornecem qualidade a preço baixo.

Os últimos três títulos sul-americanos em mundiais ocorreram sem superioridade dos vencedores. O São Paulo em 2015 teve o adversário europeu mais acessível. O Liverpool não era top-10 da Europa no momento e ainda assim o Tricolor teve que contar com grande atuação do goleiro Rogério Ceni para garantir o tricampeonato mundial.

No ano seguinte, o Internacional surpreendeu a todos ao bater o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. A equipe brasileira teve uma atuação tática perfeita e contou com um desempenho bem abaixo do esperado da equipe espanhola. No final, um gol de Adriano Gabirú deu aos Colorados a tão sonhada taça.

O último sul-americano a conquistar o Mundial de Clubes foi o Corinthians em 2012. O goleiro Cássio teve sua maior atuação com a camisa do alvinegra e realizou inúmeras defesas importantes no duelo contra o Chelsea. O gol de Paolo Guerrero no segundo tempo da partida deu a equipe brasileira o título.

Agora são dez mundiais seguidos sem conquistas de times sul-americanos. A última oportunidade deve ocorrer em 2024 com o torneio sendo realizado nesse formato.

Para 2025, a Fifa já anunciou uma competição que vai ser realizada a cada quatro anos com 24 participantes, sendo seis da Europa. É quase certo afirmar que nenhum clube sul-americano conseguirá repetir tal feito.

O Mundial dos sul-americanos vai se tornar a Taça Libertadores, que terá cada vez mais o seu valor no continente, assim como já fazem os europeus com a Champions League.


Comentários

  1. Uma saída, que parece já estar nos planos da atrasada Conmebol, é a aproximação com a Concacaf para fortalecimento de parcerias em suas competições. EUA, México e Canadá têm recebido aportes financeiros maiores que os pra baixo da linha do equador. Aqui as SAFs ainda engatinham enquanto no Norte, franquias bem-sucedidas do futebol europeu vão aportando e descarregando grana para aumentarem sua influência no futebol. Temos que parar de nos contentarmos com o resto que cai da mesa farta de europeus e da Ásia rica.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

4M Colorado goleia CDHU na estreia da Série A da Copa Marília

Eldorado, Palmeirinha e Colônia vencem na estreia da Série B

Nova Marília vence clássico contra o Azaléia no Master